segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

As crianças do Hamas

Os vídeos que se seguem no final desta página podem - e devem - chocar os mais sensíveis. E podem também fazer pensar como é possível que a ONU se preocupe tanto com as guerras defensivas de Israel, e tão pouco com as guerras que os palestinianos lançam há anos contra as suas próprias crianças, e que estão na base de todo o conflito. Como é que isto é possível em pleno século XXI nas barbas da ONU e da UNICEF? Porque é que ninguém tem coragem de fazer frente a esta gente? Onde estão os manifestantes exaltados a denunciar estes crimes contra as crianças?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Frente de Batalhas

E são muitas as batalhas que temos de travar.
A primeira talvez seja pela liberdade de informação. Parece estranho falar sobre isso aqui, no conforto do mundo ocidental. Afinal, parece que a censura acabou oficialmente em Portugal no pós-25 de Abril. Mas onde está a liberdade, o direito de sermos informados? A informação pode correr solta por aí, sem que tenha de passar por um qualquer censor, mas é tanta ao mesmo tempo que só conseguimos vislumbrar um átomo dela. Por isso, é mais fácil abrir o nosso jornal favorito e ler o que seleccionaram para nós, ligar a televisão e ouvir as notícias à hora do jantar. Houve frio em Portugal nestes últimos dias? Depende. Se não aconteceu nenhuma desgraça que possa ocupar o noticiário, se não houve muito sangue para mostrar, ou quem sabe algum escândalo político, o mais provável é que tenha de facto feito muito frio e que remédio temos nós senão ouvir reportagens intermináveis sobre a neve em Trás-os-Montes e as temperaturas invulgarmente baixas em Lisboa.
Um destes dias contei 20 minutos de reportagem sobre o frio, numa estação de televisão. Foi com o frio que abriram o noticiário, e nele se detiveram durante 20 minutos. E eu à espera da reportagem sobre a manifestação de apoio a Israel realizada nesse dia em Lisboa, à tarde, justamente debaixo de um frio glaciar. Finalmente, foi transmitida. Durou breves instantes, mas pelo menos foi transmitida.
Transmitida no meio de reportagens sobre a guerra em Gaza, com as imagens de sempre das crianças palestinianas apanhadas pelo conflito, feridas, com medo, outras mortas. Mas onde estão as centenas de crianças israelitas mortas em Israel ao longo destes anos, mortas a conta-gotas, num atentado aqui, num míssil atirado ali, num rocket caído acolá? Com tiros à queima roupa, como os filhos daquele jornalista israelita assassinados enquanto dormiam (um deles morreu de chucha na boca). Crianças israelitas atacadas também em lugares tão distantes como a India - lembram-se do ataque a Bombaím, do filho do rabino salvo pela ama corajosa? Atacadas em qualquer lado, de propósito, porque são israelitas ou simplesmente judias.
Raramente aparecem na televisão, por isso não existem, e por não existirem os manifestantes que apoiaram Israel nesse dia frio, como eu, aparecem nas notícias como uns seres alienados, loucos, imprudentes - atrevem-se a defender Israel? Depois de tudo, de tantos civis mortos, tantas crianças. Pois é, tantos civis mortos, tantas crianças. Tão pouca informação isenta.